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faixa Deus é amor

É chegada a hora de se encerrar a crueldade na Terra, tempo de todos os filhos de Deus unirem-se
num mesmo afeto,
num mesmo caminho e de mãos maiores auxiliarem pequenas mãos, pequenas patas, pequenos pés.

São tempos de esquecermos o corpo e vermos o espírito, esquecermos as diferenças evolutivas e vivenciarmos o amor, pois é esta a vontade de Deus, uma vez que Deus é o amor puro,
em todas as suas formas ♥

 

 

As Sete Lágrimas de Pai-Preto

Ainda bastante atual este texto do saudoso Mestre Yapacany,
é uma chamada a uma reflexão íntima de todos os Umbandistas e simpatizantes.

Livro: Lições de Umbanda e Quimbanda – W.W. Da Matta e Silva


Foi uma noite estranha aquela noite: queda - estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e me faziam ansiado por algo, que pouco a pouco, se fazia definir…

Era um quê desconhecido, mas sentia-o como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto… Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube, até adormecer…e “sonhar” … Vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da Senhora da Luz Velada, dessa Umbanda de Todos Nós que chamavam seus filhos-de-fé…
E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam…

Mas, surpreso ficava com aquela “visão” que em cada Tenda eu “via”, invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-Preto chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e, não sei por que, contei-as… foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei:
- “Fala, Pai-Preto, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?”

E Ele, suave, respondeu: - “Estás vendo essa multidão que entra e sai?
As lágrimas contadas, distribuídas estão a cada uma delas…

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que sua mente ofuscada não pode conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um ‘milagre’ que os façam ‘alcançar’ aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que creem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de ‘casos’ nascentes, uns após outros…

E outras mais distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, os que desejam sempre prejudicar a um ser semelhante – eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem… pobres almas, que das brumas ainda não saíram...

Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas – não creem, nem descreem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma. Cuida-se daqueles que não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda… Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seu semblante, verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se venceram ‘meu caso’, ou me curarem ‘disso ou daquilo’ …

A sexta lágrima eu dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam...

E a sétima, filho, notaste, como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que ‘vive’ nos olhos de todos os Orixás: fiz doação dessa aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são… “Cegos, guias de cegos”, andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem ver porque só visam à exteriorização de seus próprios ‘egos’ …

‘Olhai-os’ bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam ‘doutrinando’: suas vozes são ocas, dizem tudo de ‘cor e salteado’, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção...

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO!”

Então, com a minha alma em pranto, tornei a perguntar:
- “Não tens mais nada a dizer, Pai-Preto?”

E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto,
ouvi mais uma vez:

- “Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão…
ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES!!!” …
São os humildes, os simples, estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão…
SÃO OS MEUS FILHOS-DE-FÉ.
São também os ‘aparelhos’, trabalhadores silenciosos cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ,
cujos ‘salários’ de cada noite são pagos quase sempre com uma só moeda
que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO…”


Os Sete Sorrisos de um Pai-Preto

Estava eu pensando nas sete lágrimas de um Preto-Velho, quando me veio à mente: temos como fazer um Preto-Velho sorrir? Foi quando um Pai-Preto, sentado em um toco, me chamou e me disse:  
- “Sim filho meu, nós também os nossos sete sorrisos”...

Ele me levou a um terreiro, sentou em seu banquinho e, começou a pitar o seu cachimbo quando percebi que seus olhos brilhavam em sua face, com muita ternura e alegria.

Então, na incontida vontade de saber o motivo, me aproximei, mais uma vez, e o interroguei:
- “Fala, meu Preto-Velho, diz ao teu filho porquê externas assim uma visível alegria?”

Ele suavemente se levantou do seu banquinho e me respondeu:
- "É para aquele que, no caminho de sua vida, procurou e aprendeu!

O primeiro sorriso vai para as pessoas que verdadeiramente vieram em busca de Zambi,
colocando-O dentro de seu coração. Vai para o médium que está sempre zelando por sua conduta e equilíbrio espiritual, sendo que, quando um Preto-Velho ou outra entidade chega ao Terreiro,
o mesmo o trata com muito carinho.

O segundo sorriso vai para aquelas pessoas que vieram em busca da paz
para si e para todos os que estão a sua volta.

O terceiro sorriso é pelos médiuns que verdadeiramente sacrificam-se deixando, muitas vezes, de viver a sua vida para se dedicar ao seu próximo. Esse meu sorriso amoroso vai para os médiuns que estão dispostos a ajudar e a zelar pela casa de nosso Pai. São os que chegam cedo no Terreiro para ajudar, sem preguiça. Também para os que vêm fora do dia da gira para organizar a Casa religiosa, pela sua própria vontade, e que muitas das vezes são os primeiros a chegarem nas giras e os últimos também a saírem. Os Orixás têm um carinho muito especial por esses, pois eles cuidam da ‘nossa casa’ nestas terras.

O quarto sorriso vai para a assistência, quando olhamos para eles e vimos, através de seus olhares: a humildade, a solidariedade, a igualdade e a vontade de receber a caridade, pois estes olhares são de sentimentos que brotam em nossos corações.

O quinto sorriso é pelo consulente que vem até junto de nós e fala: hoje, meu Preto-Velho, não vim para pedir e, sim, para agradecer a nosso Pai Oxalá por tudo que recebi. É que a gratidão é uma das virtudes mais perfeitas, é ela que abre os vossos caminhos.

O sexto sorriso é pelo zelo com que o dirigente da Tenda tem por nossa amada UMBANDA, pelos seus irmãos, pois muitas vezes, por sua tamanha humildade, a/o Mãe/Pai de Santo nem sabe a tamanha referência que é para todos.

O Sétimo sorriso é por agradecimento aos Orixás e aos seus Falangeiros, pois é por intermédio deles que Zambi nos dá a oportunidade de podermos praticar a caridade e galgar os nossos caminhos na vida espiritual.

É assim, meu filho, é que nasce cada sorriso de um Preto-Velho!”